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A importância da música no processo de ensino-aprendizagem

Todo mundo lembra de uma música que marcou a infância, seja ela relacionada com conteúdo escolar ou não. A valorização de práticas pedagógicas que utilizam músicas, já era existente há tempos.


Platão dizia que "A música é um instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”. Uma das principais formas de estimular o desenvolvimento dos alunos, é por meio da introdução da música. Isso vale, porque, além de ser uma metodologia mais criativa, as canções ajudam a aumentar a integração dos alunos no ambiente escolar, aguçando a sensibilidade, memória e instigando a criatividade. Os benefícios são muitos e a relevância é enorme.


A música é uma ferramenta tão potente para o cérebro como é a matemática e a língua portuguesa, mas muitas vezes é deixada em segundo plano. Essa é a arte que estrutura o cérebro da criança de uma forma específica, para que os conteúdos aprendidos nas disciplinas escolares sejam absorvidos com senso crítico, compreensão, foco e apreensão do assunto. A arte é a base da criatividade, mas é preciso que os educadores usem a música de uma forma eficiente, dentro de sala de aula.


A música ativa todas as áreas cerebrais e isso é extremamente benéfico, porque quanto mais uma área cerebral específica é ativada, a massa cinzenta aumenta. Isso significa que há mais aprendizado naquela área, e como a música é responsável pela ativação de todas as áreas do cérebro, ela contribuirá para que todas as áreas aumentem o desempenho.


A criança que teve iniciação musical, terá mais facilidade de ler e aprender e isso potencializará sua linguagem, retórica e desenvolvimento lógico. “Isso é espelhado na sociedade quando percebemos que há poucos bons oradores, poucas pessoas que conseguem falar em público, porque isso não foi ensinado desde a infância”, observou o especialista em neurociência e inovação aplicada à educação, psicanalista clínico e bacharel em composição musical, João Rilton.


É importante atentar-se à finalidade da utilização da música na aula, se é com foco em deixar os alunos mais concentrados, relaxados ou até gerar interação entre eles. A partir dessa definição, escolha a melhor atividade para passar.


Além disso, tente fazer com que a música seja parte da rotina dos estudantes. Uma vez na semana ou no mês, marque uma data específica e traga atividades para seus alunos. Isso vai despertar o desejo de aprender brincando e ao mesmo tempo, potencializar a concentração e estimular a memória de longo prazo.


Um exemplo de atividade para trabalhar a cognição é: escolha uma música que tenha dois instrumentos, por exemplo um piano e um violino, e peça para a criança se concentrar apenas no violino. A partir disso, a criança vai praticar a habilidade cerebral da concentração.


“O que precisamos é de estratégias de aprendizado e não de conteúdo, necessariamente. Conteúdo hoje podemos achar em qualquer lugar, ainda mais com as crianças tão engajadas nos ambientes digitais da internet”, ponderou João Rilton.


Outro exemplo de atividade, dessa vez para acalmar a turma, é usar músicas calmas e propor que os alunos façam movimentos corporais que sigam o ritmo da música. Isso vai fazer com que os batimentos cardíacos da criança desacelerem, deixando-a mais calma.


Esses exemplos de atividades não necessitam de instrumentos musicais, no máximo um aparelho de som. Se o professor tiver acesso à instrumentos musicais, incentive a turma, oferecendo um chocalho para um, um tambor para outro e peça que eles criem um ritmo. Isso fará com que o lado criativo do cérebro seja estimulado.


“Observamos exemplos de pais que querem que os filhos tenham uma introdução musical desde cedo, mas colocam a criança em aulas com professores tradicionais que se apegam à partituras. Elas são ótimas para músicos profissionais, mas acabam tirando a percepção auditiva das crianças. O melhor seria aprender a tocar de ouvido e depois aprender a escrever o que ele aprendeu. Essa é uma ótima forma de estimular a criança.”, explicou o educador.


A música também colabora para maior integração e engajamento dos alunos. Uma pesquisa neurocientífica colocou um grupo de crianças para brincar e cantar em roda. Quando fizeram os exames sanguíneos nas crianças, constataram um alto nível de ocitocina, que é um tipo de neurotransmissor liberado. A ocitocina é relacionada às sensações de segurança e bem-estar, fazendo com que as crianças se sintam mais à vontade e percam a timidez.


“A música está relacionada às áreas de integração, desenvolvimento cognitivo, desenvolvimento emocional e criatividade. É incrível como utilizar a música de maneira assertiva, é extremamente benéfico”, apontou João Rilton.



Texto por: Beatriz Mota Furtado




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Veja a entrevista completa com a educadora de robótica e tecnologia, Jéssica Fernandes, na Comunidade Educadores Inovadores, clicando aqui!


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